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Home  /  Bota outra  /  Dose de Prosa: A Ressaca
13 junho 2014

Dose de Prosa: A Ressaca

Escrito por Jeferson de Sousa
Bota outra Bar, Bebida, Cachaça, Cerveja, Ressaca Comentários estão off

“Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde era preciso coragem. As novas gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo.”

Essa é a abertura de uma das melhores crônicas de Luis Fernando Veríssimo, “De Ressaca”. As descrições dos métodos para tenta curá-la e os diversos tipos (de vinho, de rum, de licor de ovos) é de rolar de rir. A despeito do que Veríssimo diz, a ressaca continua firme e forte por aí, democraticamente assolando todas as gerações de bebedores. E agora – em tempo de Copa e “vai, Brasil!” – é inevitável que você tenha uma. Nada melhor, então, do que conhecer a inimiga e se prevenir contra ela.

 

O que é a ressaca, afinal?

Ressaca é o nome que se dá ao conjunto de sintomas da intoxicação que acontece quando excedemos na bebida. Daí o organismo acaba sobrecarregando todos os órgãos envolvidos no processo para absorver e metabolizar o álcool. O fígado é o que mais sofre, pois é ele o órgão encarregado de produzir as enzimas que absorvem o etanol. Trata-se de um método lento e faz com que o fígado, como um softer desregulado, gere uma alta concentração de enzimas e continue pedindo mais álcool para processar. Isso gera um desequilíbrio em todo o metabolismo, incluindo o sistema nervoso, que também já está adaptado às grandes doses de álcool que o corpo recebeu horas antes. Isso gera uma crise de abstinência e o resultado geral é dor de cabeça, desidratação, enjoo, diarreia e cansaço.

 

Em busca do Santo Graal

A ressaca apareceu exatamente um dia depois que o homem inventou a bebida alcoólica. Ou seja, nem deu tempo de comemorar. Depois de associar aquele mal estar dos infernos com a beberagem recém-inventada, o homem chegou à conclusão: não iria parar de beber de jeito nenhum, então, o melhor era acabar com a calamidade. Desde então ele tem perseguido desesperadamente a cura para essa maldição. Eis algumas das tentativas ao longo da história:

Por volta de 911 a.C., os assírios inventaram duas poções: uma à base de bicos de aves moídos com óleo de mirra e outra misturando ervas, mirra e vinho. Os gregos, em 500 a.C., apostavam em repolho, canários fritos e amêndoas amargas com enguias cruas.

No século 10 da era cristã, os povos da Rússia usavam as banyas (saunas) para “suar” a ressaca. Em tempo: suar só piora a desidratação.

Em 1897, o alemão Felix Hoffman inventou a aspirina. Pouco depois, seu efeito analgésico passou a ser usado contra a ressaca na Alemanha.

Em 1930 surgiu o prairie oyster, uma beberagem que leva gema de ovo, vodca, vinagre, tabasco, molho inglês, ketchup, pimenta e sal. Parece muito com o bloody mary, mas não é.

Em 1965, cientistas da Universidade da Flórida criaram o isotônico, que propicia a reposição de água e sais.

 

Se não pode curá-la, previna-se

Melhor do que correr atrás de poções mágicas é preparar-se para o que está por vir. É importante que, antes de se atracar com o copo, você ingira carboidratos (pão, por exemplo), que diminuem a absorção de álcool no estômago, e gorduras, como o azeite, que desaceleram a descarga estomacal.

Durante a libação, tome copos de água entre as doses. Isso ajuda a reduzir e desacelerar a desidratação.

E para o depois, uma combinação simples: aspirina e tomate com sal, que garante três coisas que ficam em falta no dia seguinte – potássio, magnésio e sódio.

 

O que funciona

Abacate

É rico em glutationa, que ajuda a metabolizar o acetaldeído. E quem é esse? Acetaldeído é a substância tóxica resultante da metabolização do álcool pela enzima álcool desidrogenase (ADH). Inflama células de tecidos por todo o corpo até ser neutralizado, causando o grosso da ressaca.

Aspirina

Reduz dores de cabeça e corporais. Pode agredir o estômago, mas é melhor que o paracetamol, tóxico para o já sobrecarregado fígado.

Isotônicos

Eles hidratam, repõem sais importantes para seu corpo (magnésio, potássio, sódio) e são absorvidos rapidamente, sem pesar no estômago.

Ovos

O ovo é rica fonte de cisteína, um dos neutralizadores do acetaldeído que está envenenando o seu corpo. Aumentar a cisteína acelera a purificação.

Tomate

Tomates contêm potássio, em falta no seu corpo, frutose, que ajuda a combater a hipoglicemia, e carboidratos, que estimulam a liberação de insulina.

O que não funciona

Bloody mary

Alivia porque embriaga de novo e mascara os efeitos da ressaca, mas envenena ainda mais. O suco de tomate até ajuda, mas ajudaria mais sem o álcool.

Café

Parece que melhora a situação, mas na verdade sobrecarrega o fígado e ataca o estômago.

Pílulas antirressaca

Chaser, RU-21 e Rebound não entregam o que prometem: o carvão ativo, base dessas pílulas, só reduz níveis de álcool no corpo se ingerido em doses muito altas, que as pílulas não têm.

 

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Jeferson de Sousa

Jeferson de Sousa tem 26 anos de jornalismo e é bebedor contumaz (não confundir com alcoólatra, por favor). Já escreveu para dezenas de jornais e revistas. Entre eles, O Estado de S. Paulo, Bizz, Sexy, Vip e Playboy, da qual foi editor-chefe por sete anos. Acha que o mundo era melhor com Hunter S. Thompson e Tarso de Castro e, quando encontra um barman que sabe preparar um Negroni de verdade, sempre lhe dá um abraço sincero.

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