Enquanto André Fischer e Ariel Kogan carregam o trailer com estoques de vinho para a Copa do Mundo, Danilo Janjacomo, o terceiro sócio do bar itinerante Los Mendocitos, conta o que os uniu em busca de ganhar dinheiro com algo que apreciam muito: a bebida. A saga começa quando André e Danilo, dois viajantes apaixonados pela estrada e pelas taças de vinho, notaram uma tendência para o comércio de bebidas nas ruas. Pensaram em arriscar a ideia no Brasil e convidaram Ariel, que vem de uma família vinícula de Mendoza, na Argentina. O que começou em São Paulo agora toma outros Estados e um dos três traillers Los Mendozitos vai passar os próximos dias abastecendo o Parque da Bola, no Jockey Club do Rio de Janeiro.

De carona no movimento dos food trucks, a proposta dos três sócios em oferecer vinhos pouco populares no Brasil a preços camaradas (de R$10 a R$16) em diversos pontos da cidade ganhou força. Diferente daqueles que vendem comida, os bares itinerantes não podem, por lei, comercializar bebidas alcólicas na rua, por isso funcionam em eventos fechados, como a Feirinha Gastronômica da Praça Benedito Calixto e o Food Park, no Butantã.
Conforme explica Danilo, a febre dos bares itinerantes pode se traduzir pela maior exigência da população em atividades ao ar livre, explorando o espaço público da melhor forma. “A rua precisa ser mais libertadora, oferecer opções legais e modelos diferentes de lazer e cultura.” A escolha pelo vinho foi paixão pessoal mesmo. Andre e Danilo notaram a tendência em outros países e resolveram traze-la para o Brasil. Convidaram Ariel, um amigo em comum, que tem a Argentina como berço e o vinho como tradição de família.
A principal ferramenta de divulgação do trio é a propaganda boca a boca e a Fan Page do Facebook, que já conta com quase 3,5 mil curtidas. Os três malucos desenhados no logo dos Mendozitos inicialmente não eram retrato dos sócios, mas Danilo já tem se achado parecido com um deles.
“Nossa prioridade é a qualidade. Por isso cuidamos até da taça descartável que oferecemos ao nosso consumidor. Conseguimos encontrar um modelo que comprometa o mínimo a degustação”, explica Danilo. Com quatro meses de Mendocitos, os sócios ainda não conseguem viver do empreendimento, então conservam seus trabalhos. Mas a ideia é que os três traillers se expandam e consigam manter os amigos. Por enquanto, eles seguem cuidando de todas as etapas
Para o designer gráfico Danilo Gomes, não houve meio termo. Ele largou o emprego, juntou todo o dinheiro que conseguiu e montou a Kombier, sua cervejaria sobre rodas. Sua carta oferece cerca de 46 rótulos em uma kombi preta vintage. “Eu sempre quis ter uma kombi, mas precisava fazer com que ela me desse algum tipo de ganho. Como sempre gostei de cervejas artesanais, achei que seria uma boa ideia juntar as coisas”, explica o duplamente apaixonado.
Aficioando por custom culture, quase uma religião para aqueles que mantêm carros antigos em seu formato mais próximo do original, o agora empresário quis fazer de sua kombi o chamariz do negócio. E deu certo. Na inauguração, no último dia 31, Danilo conseguiu juntar amantes de carros antigos, apreciadores de cerveja e (muitos) curiosos. “Quero proporcionar experiências sensoriais com a cerveja, mas da forma mais simples possível! Comigo é cerveja, carros antigos e rock’n’roll”, explica.
O diferencial dos preços também é uma meta da Kombier. As ‘cervejas honestas’, que são as mais conhecidas como Stella Artois, ficam em torno de R$4. A mais cara distribuída por Danilo chega a R$39. “Não vou vender cervejas main stream, mas quero atender a todos os gostos. Quero que o cliente entenda o que está tomando e aprecie.” Com moderação, mas sem frescura, certo?
A melhor forma de acompanhar os food trucks de bebidas é seguindo suas páginas no Facebook, onde atualizam os eventos dos quais vão participar. É só chegar e se regalar, e nem precisa levar sua caneca.