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Home  /  Bota outra  /  Grandes Bebedores: Mussum
07 julho 2014

Grandes Bebedores: Mussum

Escrito por Jeferson de Sousa
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“Bota um metris de chacacis aí”

“Pronto, um metro de cachaça”

“Agora embrulhis que eu quero tomar em casa”

 

Esse é um dos famosos esquetes em que Mussum é protagonista. Quando falamos de grandes bebedores, é impossível não se lembrar dele, o personagem que se tornou maior do que “Os Trapalhões”, o rei dos memes nas redes sociais, o criador de uma língua própria que seria batizada de “mussunês”.

Mussum, o bebedor malandro, era o personagem vivido por Antônio Carlos de Bernardes Gomes, carioca nascido no Morro da Cachoeirinha, zona norte do Rio, em 7 de abril de 1941 e que morreria de complicações cardíacas em 29 de julho de 1994, em São Paulo. Vinte anos depois de sua morte, artista e personagem acabam de ganhar uma biografia: “Mussum Forévis – Samba, Mé e Trapalhões”, do jornalista Juliano Barreto.

Antônio Carlos e Mussum sempre se confundiram. Mas antes de virar o personagem da TV, Antônio Carlos já era respeitado como músico. Conhecido como Carlinhos do reco-reco, era considerado o melhor tocador do instrumento entre todos os sambistas. Nos anos 60, logo depois de terminar o serviço militar, formou com os amigos o grupo “Os Sete Modernos”, que futuramente se transformaria em “Os Originais do Samba”.

Com Os Originais gravou 12 LPs, ganhou três discos de ouro, viajou pelas Américas e conheceu artistas da música e da TV, entre eles, Marilia Pêra e Elza Soares. Casada com Mané Garrincha, outro notório amigo do copo, Elza dizia morrer de medo quando os dois se encontravam.

O apelido famoso veio em 1965. Reza a lenda que foi durante um esquete protagonizado por Grande Otelo, no qual Carlinhos do reco-reco fazia uma ponta. O músico teria dado risada de um erro do ator em uma fala. Irritado, Otelo retrucou: “o que é, ô muçum?”. A plateia veio abaixo. Muçum é uma enguia escura, encontrada em rios e lagos. E então muçum, o peixe, se transformou em Mussum, o artista.

O jeito peculiar de falar foi uma sugestão de Chico Anysio. Dois anos depois de ganhar o apelido, Mussum foi participar do quadro “A Escolinha do Professor Raimundo”, na época transmitido pela TV Tupi. Mussum tinha o costume de falar enrolado por brincadeira e Chico o aconselhou a mudar a terminação de algumas palavras, como “tranquilis” e “problemis”. À nova fala, Mussum acrescentaria expressões próprias, como “cacildis” e “forévis”.

Foi nos bastidores da TV que Renato Aragão conheceu Mussum. Quem os apresentou foi Dedé Santana, amigo de longa data do sambista. Renato achava interessante adicionar um integrante no grupo “Os Trapalhões” e Dedé sugeriu que fosse Mussum. O sucesso foi imediato. Mesmo assim, Mussum nunca se considerou um humorista. Costumava declarar: “humorista é o Jô Soares, o Dedé Santana, que se transformam e têm recursos cênicos; eu sou apenas um caricato”.

Nos Trapalhões, assumiu a persona do malandro amigo do copo, “o cara que bebia e não dava mal exemplo”, segundo Dedé Santana. Era o dono de frases que se tornaram célebres, como “vou ali dar uma molha no beiço e já voltis”, “suco de cevadis é leite divinis”, “me vê uma ampola de diurético” e “meu negócio é mé”. O tal mé, que viria a se tornar nacionalmente sinônimo de bebida, era a corruptela de mel, uma referência à sua bebida preferida na juventude: a cachaça com mel.

A associação de Mussum com a bebida fez com que um de seus filhos, Sandro Gomes, lançasse, em 2013, a cerveja Biritis, que pode ser encontrada em alguns bares do país. Em casa, porém, Antônio Carlos – pai de cinco filhos – era rígido, controlava as notas escolares e exigia que lhe pedissem a benção. Quem está acostumado com a imagem do cachaceiro nas telas ficará admirado em saber que, no lar, Antônio Carlos era apreciador de whisky e charutos e fã de jazz, bolero e Johnny Mathis. Gostava de receber os amigos, para quem cozinhava rabada e filé au poivre.

Apesar de não beber tão exorbitantemente quanto o personagem, Antônio Carlos era um grande fã do copo. Nos fins de semanas costumava ir ao Morro da Mangueira, onde mantinha um projeto social, e ia parando de bar em bar, tomando uma e jogando conversa fora. Quando, durante uma entrevista, uma repórter lhe perguntou se bebia tanto quanto Mussum, respondeu sem hesitar: “Eu pratico halterocopismo socialmentis. ”

Dedé Santana gosta de lembrar uma história sobre o amigo: “Uma vez fui pegar um avião pequenininho com ele. Chovia. O Mussum foi cabo da Aeronáutica por oito anos, mas não tinha coragem de subir. Ele falou: ‘Peraí que eu vou dar um tapa no beiço e já volto’. Tomou um uísque e foi. O piloto, todo de branco, estava na porta com a escadinha. O Mussum o viu, parou diante dele e perguntou: “Vai doer, doutor?’.”

 

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Jeferson de Sousa

Jeferson de Sousa tem 26 anos de jornalismo e é bebedor contumaz (não confundir com alcoólatra, por favor). Já escreveu para dezenas de jornais e revistas. Entre eles, O Estado de S. Paulo, Bizz, Sexy, Vip e Playboy, da qual foi editor-chefe por sete anos. Acha que o mundo era melhor com Hunter S. Thompson e Tarso de Castro e, quando encontra um barman que sabe preparar um Negroni de verdade, sempre lhe dá um abraço sincero.

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