Estamos na última semana da Copa do Mundo. E de uma enorme festa que tomou conta das cidades-sede e, depois do início, contaminou o Brasil. Diminuíram as expectativas ruins e o país quase que em sua totalidade grudou os olhos nos aparelhos de TV. As maiores capitais, São Paulo e Rio de Janeiro, por motivos diferentes, sempre receberam turistas de todas as nacionalidades. O Rio de Janeiro por ser a maior plataforma turística nacional. São Paulo por entrar na rota de negócios. Mas esta, de fato, foi a primeira vez que vieram tantos, de tantos países e de uma única vez.
Eles se esbaldaram com um inverno nada rigoroso no sudeste e com a dedicação de pequenos comerciantes que não entendiam o que falavam mas se esforçavam para atender bem. Em mais de uma ocasião socorri alguns garçons em botecos tentando entender o que aquela gente nada bronzeada queria dizer. E não falo dos botecos da Vila Madalena. Eram os botequins de esquina fora do eixo noturno.
Os gringos eram dos mais variados tipos. Desde garotos que economizaram muito para uma viagem de mochilas nas costas e acampando até famílias que ocuparam boa parte da infraestrutura hoteleira. Eram argentinos, alemães, croatas, suíços, belgas, americanos, colombianos, japoneses e tantos outros. No total, foram 32 países, contando com o Brasil. Como muitos dos visitantes não possuíam ingressos, foram sendo incorporados às torcidas em bares e a cada dia experimentavam caipirinhas e nossas cervejas. As caipirinhas não são novidade, em especial para os norte-americanos e europeus. Em certos países, como a Alemanha, ela é o terceiro drink mais consumido. Mas a cerveja brasileira era um mistério para a maioria deles. E os gringos gostaram do que provaram.
Uma pesquisa realizada pelo IBOPE em algumas das principais cidades-sede entrevistou exclusivamente belgas e alemães. Eles apontaram livremente o que mais estavam gostando no mundial do Brasil. As principais respostas foram: 62% estão gostando mais das partidas de futebol da Copa; 57% estão gostando mais da hospitalidade do povo brasileiro; 39% responderam que estão gostando mais da cerveja brasileira. O que chama atenção aqui é o fato de a cerveja ser mencionada entre os principais atrativos.
Liquido & Certo resolveu comprovar a tese e foi às ruas entrevistar consumidores estrangeiros. Foram realizadas quatrocentas entrevistas nos dias 2 e 3 de julho na cidade de São Paulo. A amostra é composta por 50% homens e 50% mulheres dos EUA, França, Espanha, Alemanha, Portugal, Itália, Holanda, Canadá, Inglaterra, México, Bélgica e Suíça. A idade média dos entrevistados é de 28 anos. Questionados sobre a qualidade da cerveja brasileira, o resultado foi que para 72% dos entrevistados as cervejas nacionais são ótimas ou boas. É certo que havia o clima de festa que influencia tudo e o ambiente de consumo em bares com dias ensolarados. Mas esta observação só corrobora com outra de que as cervejas nacionais são adequadas para o clima tropical.
Ao final da Copa, uma coisa é certa. Em qualquer país do mundo cerveja e futebol fazem uma tabelinha imbatível. E a cerveja é de fato a bebida mais universal que existe.