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28 outubro 2014

Grandes Bebedores: Janis Joplin

Escrito por José Edward Janczukowicz
Bota outra grandes bebedores, Janis Joplin, vodca Comentários estão off

“Foi uma mulher que viveu em alta voltagem, de uma bipolaridade incomum. Estava sempre com um cigarro aceso e parecia ter uma sede constante de vodca. Mas, no fundo, ela só queria amor. Porque para dinheiro ela não ligava!” Ricky Ferreira, Trip!

O poetinha Vinicius de Moraes costumava se identificar como o branco mais negro do Brasil, devido a sua ligação com Mãe Menininha do Gantois e o candomblé.
Janis nunca disse, mas poderia: eu sou a negra mais branca dos Estados Unidos e a voz que melhor reflete as profundezas das  dores e dos amores cantados nas músicas do Soul e do Blues.

Janis Lyn Joplin nasceu em Port Arthur, no Texas,  em 19 de janeiro de 1943.

Ela cresceu ouvindo músicos de blues  tais como Bessie Smith, Leadbelly e Big Mama Thorntn, e cantando no coro local. Concluiu o curso secundário na Jefferson High School, em Port Arthur. No ano de 1960 foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com amigos. E conhecer todos os encantos, desencantos e prazeres  da vida noturna.

Cultivando uma atitude rebelde, Joplin se vestia como os poetas da geração beat ( Allen Ginsberg e Jack Kerouac). Mudou-se do Texas para San Francisco em 1963. Foi morar no bairro de North Beach e a trabalhar como cantora folk. Nessa época,  começou a pegar pesado: heroína e muita bebida. Sua preferida era o southern comfort, uma marca de licor à base de álcool, frutas, especiarias e uísque.

Janis retorna a  Port Arthur para se recuperar do vício das drogas. Era uma cidade pequena com mais ou menos 60 mil habitantes. Não tinham nada a ver com o espírito de Janis.  Ela não gostava da cidade e nem dos seus moradores. Tinham contas a ajustar. Mas a vida nem sempre é um conto de fadas e muitas mágoas ficaram pelo caminho.

(A relação de Janis com a população de Port Arthur é mostrada, ainda que de forma ficcional, no filme “A Rosa”, de Mark Rydell, biografia não assumida da cantora)

Em 1966, Janis retorna para San Francisco onde seu interesse pelo blues a aproximou do grupo Big Brother & The Holding Company. Foi o primeiro passo acertado em sua curta mas brilhante carreira.

O auge da banda foi a sua participação no Festiva Pop de Monterey (1967), com uma versão da música “Ball and Chain” e os marcantes vocais de Janis. O álbum seguinte da banda, Cheap Thrills, de 1968, fez a fama de Janis: foi seu álbum de maior sucesso. Continha a música Piece of my heart, que atingiu o 1º lugar nas paradas da revista Billboard e se manteve na posição durante oito semanas não consecutivas.

Ao sair da banda Big Brother, no final de 1968, Janis formou um grupo chamado Kozmic Blues Band, que a acompanhou no lendário e até hoje melhor festival de Rock do planeta, Woodstock.  Com o grupo, Janis gravou o álbum I Got Dem Ol’Kozmic Blues Again Mama (1969), que veio a ser premiado como disco de ouro mas que não alcançou o mesmo sucesso de Cheap Thrills. O grupo se separou, e Joplin formou, então, o Full Tilt Boogie Band. O resultado foi o álbum Pearl (1971), lançado após sua morte, e que teve, como destaque, as músicas “Me and Bobby McGee” (de Kris Kristofferson – sim o ator, na época um ídolo da música folk) e “Mercedes-Benz”, escrita pelo poeta beatnik (movimento da geração norte-americana da década de 1960 – beat generation – , que contestava os valores, padrões e modo de vida da sociedade materialista e afluente dos Estados Unidos da América)  Michael McClure.

O grande sucesso mundial de Janis Joplin foi “Summertime”, do álbum Cheap Thrills. A música era um trecho, uma ária da ópera Porgy and Bess criada na década de 30 por George Gershwin e seu irmão Ira, onde todos os intérpretes são negros. Seu libreto conta a história de Porgy, um mendigo deficiente físico que vive nas favelas de Charleston, Carolina do Sul. Fala sobre sua tentativa de resgatar sua amada Bess das garras de Crown, seu amante violento e possessivo, e Sportin’ Life, o traficante.

Foi exatamente com esta música que Janis Joplin marcou o seu estilo único. Voz rascante, com ondulações de profunda tristeza, e uma interpretação que nunca encontrou par na música universal. Era a voz de uma grande cantora de blues, folk e jazz.

Já ouvi “Summetime” interpretada por Janis mais de uma centena de vezes. Confesso que sempre estou diante de uma música nova. E fico profundamente emocionado com a sua beleza que mescla tristeza, paixão, solidão e profunda garra.  Janis canta como se fosse a última música de sua vida. Aquela voz rouca, que lembra tantos e tantas cantoras de blues, que parece mas não é desafinada, acelera as batidas do meu coração. Todos os pelos do meu corpo ficam arrepiados. Todos.

Em 1970, próximo de sua morte, Janis Joplin veio passar férias no Brasil.

Em entrevista à TRIP, o fotógrafo Ricky e o cantor Serguei, dois de seus cicerones, revelam a glória e o vexame de uma das maiores cantoras de todos os tempos, que passou praticamente despercebida em território nacional.

O fotógrafo Ricky Ferreira conta como a encontrou: “Quando a vi, ela estava chorando. Tinha acabado de ser expulsa do Copacabana Palace (por ter nadado nua na piscina). Era Carnaval e não havia hotéis disponíveis, ela não sabia pra onde ir. Convidei-a para vir para minha casa, um quarto-e-sala simples no Leblon. Ela aceitou na hora. Aí, começou um delírio total de drogas, álcool, de tudo…”

Ricky afirma que nunca se relacionou sexualmente com Janis. “O que queria era agradá-la. Aquela coisa: quer fumo? Vamos arrumar. Mas ela não gostava de maconha, ficava paranoica. O que mais curtia era álcool e heroína.”

Janis Joplin parecia encarar a vida sem limites. Não era bem assim. Um dia falando de si revelou: “Sou uma tartaruga escondida em seu casco, bem protegida.” E quando exposta, errava e acertava seus passos com a mesma intensidade. Sempre amparada pela bebida e drogas.

O cantar era o seu porto seguro? Também não. Era uma boa oportunidade de vencer sua timidez e a solidão permanente. Como ela expressou em sua famosa fala: “Todo mundo já esteve apaixonado e foi abandonado, e todo mundo já teve alguém que amou de verdade e que não foi capaz de amar. E isso é dor e é sofrimento, e é dessas coisas que eu falo quando canto, preciso acreditar nas palavras senão não consigo cantar. E lá estou eu expondo a minha alma, meus sentimentos, tudo o que tenho por dentro, e se olho a plateia e eles não estão entendendo, é como um soco na cara.”

Ou talvez pela sua frase que considero um testamento: “Algum dia eu ainda irei compor uma música que explique o que é fazer amor com 25.000 pessoas durante um show e depois voltar para casa sozinha.”

Janis Joplin morreu com 27 anos de idade.

Não faço parte do “coro dos contentes ou dos descontentes” que ficam com aquele papo furado de “morreu muito jovem”.

Com apenas quatro álbuns, Janis Joplin marcou o mundo profundamente. Cumpriu a sua missão, por mais sofrida, alegre e maluca que possa parecer.

Eu tenho absoluta certeza que ela e outros gênios como James Dean (morreu com 24 anos),  Jimi Hendrix ( morreu com 27 anos), Charlie “Bird” Parker (morreu com 34 anos) e Jim Morrison ( morreu com 27 anos) não estão nem no céu, nem no inferno. E aqui, por favor, não estou falando de qualquer religião. É um pequeno delírio meu, em homenagem a Janis. Todos eles devem estar em uma “parte do universo especial”, um reduto para gênios,  criada por um arquiteto mágico de universo, cantando, compondo, ensaiando, fazendo shows, namorando, tomando deliciosos drinques.
E eu tenho a certeza de que um dia – como penetra, visto que gênio não sou – vou dar uma passada por lá. E ao fundo, bem ao fundo, vou ouvir a voz rascante de Janis Joplin entoando os primeiros acordes de “Summertime”. Mais uma vez vou ficar emocionado, com todos os pelos do corpo arrepiados. Todos!

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José Edward Janczukowicz

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