A bebida favorita dos deuses na mitologia Nórdica.
A bebida sagrada dos vikings que deu origem ao termo lua-de-mel: os casais tomavam o hidromel durante um ciclo lunar após o casamento para gerar filhos homens.
Contam que nas tavernas medievais dos séculos V ao XV, onde rolavam grandes badernas, alegria desenfreada e encrenca fácil, a bebida que segurava um pouco o ânimo dos frequentadores era o hidromel – uma mistura de mel e água fermentada.
Fato que parece certo é a incerteza de quem a inventou e como ela nasceu.
Alguns pesquisadores acreditam que o hidromel tenha sido fabricado nas savanas africanas, quando as fartas colmeias eram inundadas e a fermentação acontecia naturalmente. Uma possibilidade bem instigante. É como se a natureza e tudo que a rodeava na região fabricou a sua própria e natural bebida alcoólica.
Este pesquisadores afirmam que com as constantes migrações de pessoas indo da África para outros continentes, o conhecimento do hidromel se espalhou pelo mundo.
Como sabemos, o processo de fermentação só veio a tona do conhecimento humano por volta do século 19. Assim, o que acontecia na “produção” do hidromel tomou qualidades místicas e religiosas, aumentadas pelos efeitos do álcool.
O que poucos contestam é que o hidromel é a bebida alcoólica mais antiga da humanidade.
Ela aparece citada em livros de renomados escritores que misturam ficção e pesquisa histórica em suas obras. Tais como J.R.R.Tolkien, George R. R. Martin, J. K. Rowling.
O hidromel nasceu derivado da fermentação do mel e água, contendo uma enorme variedade de sabores advindo das adições de frutas e/ou especiarias. Seu teor alcoólico pode variar muito porém por desconhecimento a legislação brasileira só permite um teor entre 5%vol até 14%vol e proíbe a adição de frutas e/ou especiarias.
Por estas e outras que a receita correta do hidromel nunca teve lá uma fórmula específica, ou uma mais tradicional.
Estudiosos de bebidas confirmam que existem mais de 30 “tipos” de hidromel.
Assim mesmo, sobreviveu aos séculos, enfrentando inclusive a forte concorrência do vinho de uvas e a cerveja.
O hidromel muita vezes citado erroneamente como vinho de mel, pois “vinho” é um termo consagrado universalmente ao produto da fermentação da uva.
Convenhamos que vinho de mel é forçar uma barra. Cerveja de mel – e aqui sou eu que estou dando minha contribuição – até que pode ser um termo mais aproximado.
Explico: talvez seu uso fosse comum na Idade Média pela relativa facilidade em seu fabrico, já que além da água e do mel, conseguidos nos bosques ao redor das zonas de habitação, fosse necessário apenas um agente fermentador, que era, provavelmente, a cevada.
Luis Felipe de Moraes da Pompéia Hidromeis nos ensina que um fato histórico que colocou a popularidade do hidromel em segundo plano foram as viagens de Marco Polo. Ele trouxe a novidade: açúcar de cana, imensamente mais barato que o mel.
Recentemente, aponta Luis Felipe de Moraes, o Hidromel vive um momento de ressurgimento, na Europa, onde ele nunca morreu de fato.
No Brasil, ressalta Luis, ainda é uma bebida pouco conhecida mas que está ganhando seu espaço. Recentemente tivemos o lançamento do primeiro hidromel comercial e cresce de forma muito rápida a produção artesanal do mesmo.
E aproveita para fazer uma divulgação do seu trabalho: “Nós da Pompeia Hidromeis estamos desejosos de poder mostrar a todos o quão delicioso pode ser essa maravilhosa bebida, como diriam os nórdicos, dos Deuses”.
Outro que quer aproximar o brasileiros do hidromel é Samir Kadri, zootecnista e apicultor do interior de São Paulo que está tornando a bebida uma habitué nas prateleiras de apreciadores, degustadores e lojas especializadas. A fábrica de Kadri fica no sítio da família em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
O hidromel tem fãs ardorosos no Brasil. Eles garantem que quem prova esta bebida dos deuses dificilmente deixa de amá-la. Seus sabores típicos do mel aliados a uma infinidade de possibilidades de aromas e paladares tanformam-na em uma bebida tão rica quanto o vinho ou a cerveja. Sua graduação alcoólica mais forte assim como sua cor e corpo, a aproximam mais do vinho branco do que da cerveja. Isto todavia não impede que se encontrem nela sabores típicos de cervejas, portanto é uma bebida que reúne o melhor dos dois mundos, sem deixar de ser inconfundível.