Palinca (em nossos rincões) e pálinka em terras europeias, ela é o destilado oficial da Hungria, desde 2008, quando a União Europeia lhe assegurou legalmente o título.
É uma bebida destilada de frutas tradicional da região dos Cárpatos (a ala oriental do grande sistema de montanhas da Europa), produzida tipicamente na Hungria e na Romênia e, em menor quantidade, na Áustria e na Eslováquia.
Palinca, ou pálinka é uma aguardente que lembra outras velhas conhecidas nossas, como o conhaque, a grappa, uzo ou a nossa velha e boa branquinha, a cachaça.
A principal característica da palinca é a de ser obtida por um processo de destilação dupla , que lhe confere um teor alcoólico entre 40% e 70%. A palavra palinca é derivada do radical eslovaco “palit”, que significa “queimar”.
Diversas frutas podem ser utilizadas para a fabricação da palinca, dentre as quais a ameixa é a mais usada. Palincas de maçã ou pera também são comumente encontradas, o que a transforma numa bebida bastante cheirosa e de sabor encorpado. Ela pode ser feita também da batata, que é outra paixão do povo húngaro. Em alguns lugares é possível encontrar a pálinka feita de páprica.
Um brinde a todos – com moderação, é claro – e um pouco de história.
Os relatos mais antigos a citar a pálinka datam do século 14. Como toda bebida, tinha fins medicinais.
Outros documentos mostram que nessa época já havia no país “milhares” de cabanas onde os camponeses se dedicavam à destilação da aguardente, mas não apenas para uso medicinal.
Até hoje se conservam costumes relacionados à bebida, principalmente na zona rural, na realização de eventos como a colheita, o sacrifício de animais, os casamentos.
Como toda bebida que se preze, a pálinka soma lendas ou fatos que a rodeiam. Uma delas, que esta ligada a um momento importante de uma família e uma comunidade: ao ser batizada uma criança, era feito Pálinka e a bebida que é usada no batismo era guardada até o mesmo crescer e se casar. Isto, sim, podemos chamar de um processo de autêntico envelhecimento.
Em tempo: após um parto, a mãe também tomava um copo de pálinka.
E neste quesito envelhecimento, a bebida feita da ameixa era envelhecida em barris de madeira, já o de outras, guardada em containers de metal.
De acordo com o teor alcoólico, forma de armazenamento e composição, você vai encontrar, basicamente, três variações da bebida.
Limpo: O mais fresco, não passa por envelhecimento.
Envelhecido: Passa por certo período de envelhecimento sendo por gosto particular ou respeitando a tradição peculiar da região.
Aditivado: Esse recebe adição de mel, açúcar ou mais frutas. Se formos analisá-lo rigorosamente dentro dos padrões estabelecidos, nem deveria se chamar Pálinka, mas por força do hábito ele entra no grupo.
A Agência Efe János Szicsek, com sede em Budapeste e composta pormembro de uma das famílias produtoras de pálinka mais importantes do país nos ensina que a bebida deve ser consumida em temperatura ambiente, como os bons vinhos tintos, em um copo com boca mais estreita que a base, chamado em húngaro de “kupica”. “A temperatura baixa atrapalha os sabores e cheiros”, acrescenta János.
Para muitos húngaros, a palinka é também um pouco o espírito deste povo. Zoltan Hajas aprendeu a fazer palinca com um vizinho que mora na casa ao lado, nas redondezas de Budapeste. Ele fica com um ar filosófico ao falar sobre essa aguardente húngara com sabor frutado.
“Acho que realmente é preciso manter algumas das ideias que nos diferenciam”, acrescentou. “Uma delas obviamente é o idioma, e a outra reside nessas minúcias que de fato nos distinguem bastante de outros países. Acho que a pálinka exemplifica bem isso.”
E aproveita para dar uma “alfinetada” em apreciadores de outras bebidas.
“Para o paladar delicado de um consumidor de vinho branco, a pálinka tem o efeito de um tapa no rosto —álcool forte com um toque de damasco, ameixa ou qualquer outra fruta com a qual ela for feita. Como frequentemente metade ou mais de sua composição é de álcool puro, é melhor consumi-la longe de qualquer chama.” Conclui, sorridente!
Um outro conterrâneo de Zoltan explica por qual motivo tantos produzem a pálinka no país.
Jozsef, 58, que não fala o sobrenome, pois trabalha no governo, diz: “Basta olhar ao redor para notar que todos os que vivem nesta área têm árvores frutíferas. E para não desperdiçar as frutas, todos fazem pálinka.”
Onde encontrar pálinka no Brasil:
No Empório Húngaro – Rua da Paz, 956 – Chácara Santo Antônio – 04713-001. Telefone: 2597-0881.
Fontes: http://www.papodebar.com/palinka-a-bebida-oficial-da-hungria/ ; http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL267700-5602,00-CACHACA+PALINKA+E+TRADICAO+NA+HUNGRIA+E+MUITO+POPULAR+EM+ZONAS+RURAIS.html ; http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/new-york-times/conteudo.phtml?id=1480519&tit=Alambiques-caseiros-violam-lei-europeia