Imagine a si mesmo em plena segunda-feira de trabalho. O relógio bate quase três horas da tarde quando você abre o seu email e descobre uma nova (e longa) lista de afazeres. Mas ao invés de desesperar-se, você respira fundo, levanta-se e ruma à geladeira mais próxima. Na dúvida entre qual escolher, você acaba optando por aquela que sempre pede no bar. “Ptsss” você ouve ao abrir a latinha de cerveja gelada, antes de sentar-se novamente em sua cadeira, só que desta vez muito mais tranquilo e confiante com o resto do batente.
Para muitos a cena descrita acima pode parecer uma utopia, uma simbiose perfeita entre o dever e o lazer. Para outros, já é uma realidade.
Exemplos não faltam nos Estados Unidos, onde muitas empresas aderiram ao happy hour antecipado às sextas-feiras à tarde. A companhia Vertex Farmacêutica, sediada em Massachusetts, conta com a “hora da cerveja” às cinco da tarde, são mais 1300 funcionários que recebem algum tipo de bebida e comida pagas pela empresa. “Em algumas das empresas em que trabalhei, você teria que realmente sair do seu ambiente para conhecer pessoas, na Vertex tudo o que você tem que fazer é aparecer na cafeteria numa sexta-feira à tarde”, comenta Frank Holland, 32, cientista farmacêutico.
Tais “métodos heterodoxos”, como descreve Jennifer Fuicelli, diretora executiva da Advanced Medical, Florida, recompensam o empregado pelo trabalho duro e evitam enormes dividendos. Segundo ela, o objetivo não é promover a bebedeira, mas sim demonstrar aos funcionários o quanto eles são apreciados. Ainda de acordo com a diretora executiva, esta e outras práticas mais flexíveis garantiram à Advanced Medical uma baixíssima taxa de rotatividade do pessoal (turnover).
Em 2010, trabalhadores da fábrica da cerveja dinamarquesa Carlsberg lutaram pelos seus direitos, e entraram em greve após ter sido estipulado que o consumo da bebida só poderia ser feito durante o horário de almoço.
Mas se você pensa que isso só acontece na gringa, não é preciso ir muito longe para ver que a moda já chegou ao Brasil. Eduardo L’Hotellier, CEO da GetNinjas, dá o bom exemplo de como é possível encontrar esta política de socialização da cerveja em pleno expediente: “o GetNinjas sempre teve um ambiente mais descontraído e a cerveja acabou sendo uma sugestão de toda a equipe. Na época, nós já comprávamos outros tipos de guloseimas, como chocolates e salgadinhos para os funcionários”. Ele também relata que graças a estas iniciativas, seu pessoal ficou mais motivado a ir trabalhar.
Ao invés de pedir para sair mais cedo, quem sabe agora você não resolve pedir um bar ao seu chefe?
(com informações de The Boston Globe, NY Daily News, TecMundo, UOL, IG)