Ela foi considerada a escritora americana mais amarga e hilariante dos anos 1920 e 1930.
O respeitável crítico Edmundo Wilson escreveu sobre sua obra: “Os contos de Dorothy Parker continuam hoje tão agudos e engraçados como na época em que foram escritos.”
O grande escritor F. Scott Fitzgerald, já focalizado em nosso rol de grandes bebedores, a considerava “A melhor escritora de sua geração.”
Escreveu treze livros que marcaram o universo literário definitivamente.
Nasceu Dorothy Rothschild, filha de tradicional e secular família judia de Nova York, em Long Beach no dia 22 de agosto de 1893. Apesar de “namorar” com o suicídio, em vida e obra e por muitos anos, faleceu em 7 de junho de 1967, com respeitáveis 74 anos.
Adotou o nome do primeiro marido, o milionário Edwin Parker (1893-1933), buscando fugir da herança de ser uma Rothschild, universo que adorava criticar com veemência e expor suas hipocrisias. Teve outros dois casamentos e apesar de querer filhos, alguns abortos espontâneos interromperam este sonho.
Recentemente, a Companhia das Letras lançou BIG LOIRA – E outras histórias de Nova York, coletânea de contos de Dorothy Parker, publicados nos anos 1940.
Sobre seus contos, o escritor W. Somerset Maugham avaliou: “O que dá aos seus textos um sabor especial é a capacidade de enxergar algo de engraçado nas mais amargas tragédias do ser humano.”
Ainda muito jovem, Dorothy Parker se impôs como membro atuante do Círculo Vicioso, como era chamado o fechado grupo de escritores, humoristas e teatrólogos que se reuniam todo final de tarde no Hotel Algonquim, para intensos debates literários e colocar em dia as fofocas do meio.
Dorothy Parker não tinha “papas na língua”. Perdia o amigo, mas não perdia a piada. A visão dos que a cercavam sempre foi cética e extremamente mordaz. Fez muitos inimigos.
Ao longo de sua vida, Dorothy exerceu diversas atividades intelectuais: escritora, poetisa, dramaturga, roteirista de Hollywood e jornalista de garras muitos afiadas.
Ela passa a integrar o nosso rol de grandes bebedores pela sua frequente parceria com os drinques. Tomava várias bebidas ao longo do dia. A escolha da preferida era bem difícil para Dorothy, mas ela deixava até os Martinis de lado por conta do Whiskey Sour. Cuja receita era assim executada:
Whiskey Sour
- 45 mL de Whisky Bourbon
- 30 mL de suco de limão espremido na hora
- 15 mL de xarope de açúcar
Coloque todos os ingredientes em uma coqueteleira, junto com o gelo. Agite bem e sirva em um copo para cocktail. Para transformar a bebida em um Boston Sour, basta acrescentar uma gema de ovo na mistura. Pode ser servido puro ou com gelo.
Crítica impiedosa de seus pares e de sua geração, Dorothy Parker sempre foi uma bebedora elegante. Os drinques faziam parte do seu viver, e ajudavam a aguçar seus olhos e ouvidos muito atentos. Que transformados em texto colocaram a nossa focalizada entre admiradores e outros inimigos que nem suportavam recebê-la.
Mas ela não estava nem aí!
Como escreveu um dos seus amigos: “Com pouco mais de 1,50m de altura, Dorothy bebia, fumava e brigava como um homem.”