“Aquece o corpo e a alma”!
É uma cachaça artesanal considerada bebida nacional de países como Albânia, Bósnia, Bulgária, Croácia, Sérvia, Montenegro e a República da Macedônia. Seu nome Rakia, ou Rakiha, como por lá aparece grafado.
Não há registros precisos de quando nasceu.
É uma bebida feita à base principalmente de ameixa e uvas. Pode nascer de outras frutas, como peras ou cerejas. As receitas e os segredos passam de geração a geração, de uma fabricação quase sempre clandestina.
Sua gradação alcoólica pode variar de 40% a mais de 50%, dependendo da composição e destilações. Existe um tipo especial de rakia, realizado mediante dupla destilação e conhecido como prepečenica que chega a ter mais de 60% de conteúdo alcoólico.
A produção artesanal da rakia teve forte impulso a partir dos estragos proporcionados a estes países pelas Guerras Mundiais. Em seguida veio o nefasto domínio comunista e enorme crise econômica. A melhor solução era produzir álcool caseiro, por razões financeiras e práticas – os pés de ameixas proliferam na região.
É comum a rakia ser denominada de aguardente ou conhaque.
Esta maravilha que esquenta corações e mentes pode ser encontrada em lojas e restaurantes. Embora os Búlgaros prefiram degustar sua própria produção caseira. Claro que a bebida não passa por um rigoroso controle de qualidade e os produtores evitam pagar um imposto de 2 euros por litro, que o governo estabelece.
Um fazendeiro que prefere não se identificar, conta a um blogueiro em visita à região: “Produzo aguardente não por fins comerciais, mas para mim e para meus amigos que me visitam. Para que pagar quando as ameixas amadureceram em meu pomar e o alambique é meu? Ganhei do meu avô e ele o herdou de seu avô”.
Este mesmo agricultor completa: “Normalmente produzo entre 40 e 70 litros, dependendo da colheita. É uma quantidade que dá para tomar durante todo o ano, além de presentear amigos e parentes”.
A rakia é servida como aperitivo em pequenas doses e sempre acompanha as várias saladas, segundo a tradição búlgara. Também pode ser quente e adoçada com mel no inverno.
Em alguns locais, o convidado a experimentar a rakia é brindado com dois copos. Um com rakia e o outro com água, caso a bebida a 50% se revele demasiadamente forte.
Em recente “Globo Repórter”, a jornalista Glória Maria visitou a Sérvia. Entre os vários blocos, foi convidada pela dona Mina, para experimentar a rakia que ela e o marido produziam em sua propriedade.
O marido dela faz a rakia no quintal de casa. Ela diz que a máquina usada na fermentação e destilação é a máquina da felicidade: “Você toma um golinho de rakia e fica feliz.”
Dona Mina assegura que a rakia que ela faz é melhor do que a do marido.
Terminado o processo, Glória ficou frente a frente com dois copinhos. Um com uma bebida transparente e outro com uma bebida de cor escura.
Experimentou a bebida incolor, feita pelo marido. Quase “caiu de costas” com a pegada da aguardente. Depois, experimentou a bebida de cor escura, feita pela dona da propriedade. Recebeu a mesma “pegada” mas adorou o que provou.
Perguntou à proprietária qual era o segredo. Ao que ela respondeu: eu sigo os mesmos caminhos de produção que o meu marido. Ao final, incluo canela de pau e mel.
Na zdravje (saúde!)
Fontes:
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2011/08/20/cachaca-caseira-rakia-um-prazer-ilegal-na-sobremesa-bulgara.jhtmhttp://es.wikipedia.org/wiki/Rakia
http://es.wikipedia.org/wiki/Rakia