“The water was not fit to drink. To make it palatable, we had to add whisky. By diligent effort, I learnt to like it.”
Temos o prazer de receber como membro do nosso panteão de Grandes Bebedores um homem que foi considerado e saudado como o maior dos ingleses vivos, após receber o Nobel em 1953: Sir Winston Churchill.
Sua participação na política e vida dos britânicos transcorreu por longos e gloriosos 55 anos: 1900 a 1955, quando se aposentou por problemas de saúde. Neste período transitou pelos partidos Conservador e Liberal, sem levar nenhum deles muito a sério.
Ele foi o primeiro-ministro britânico por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Orador e estadista notável, também foi oficial no Exercito Britânico, historiador, escritor e artista plástico.
Foi um dos principais personagens e articuladores da vitória dos Aliados contra o exército de Hitler na Segunda Guerra Mundial. Somando importante retórica, viagens e conchavos com os principais líderes do mundo, ele cumpriu à risca a sua frase quando eleito primeiro-ministro em 1940: “Nada tenho a oferecer senão sangue e trabalho, suor e lágrimas”.
As armas usadas por Winston Churchill para vencer a Segunda Guerra Mundial foram totalmente planejadas no local predileto de onde ele gostava de fazer política: na mesa, durante longos jantares. O que fez com o presidente americano Roosevelt e o russo Stalin. “É bom lembrar que o estômago governa o mundo”, afirmou ele na virada do século XX.
Sir Winston Leonard Spencer-Churchill nasceu no Palácio de Blenheim, em Woodstock, Oxfordshire, em 30 de Novembro de 1874; morreu em Londres em 24 de Janeiro de 1965.
Filho de família nobre, desde muito jovem “caiu no mundo” em busca de uma identidade própria.
Foi correspondente de guerra em Cuba, na Índia e na África do Sul. Durante sua estadia em Cuba, em 1895, ele conheceu e se encantou pelos famosos e tradicionais charutos da região. Fumava de 6 a 7 por dia e suas marcas favoritas eram Romeu e Julieta e Camacho.
E foi neste período que conheceu a sua bebida preferida. Inspirado por uma frase de Napoleão: “A champanhe é merecida na vitória e necessária na derrota”, ele conheceu a marca Pol Roger, que o acompanhou por toda a vida. Cujas garrafas, Odette Pol Roger, produtora da bebida, lhe enviava todos os anos em seu aniversário.
A segunda bebida favorita de Winston Churchill era o vinho do Porto. Em especial o Graham’s Grapes Old Vines. Com a mesma fidelidade que ao champanhe este foi o único vinho que ele consumiu ao longo da vida.
A terceira bebida que fazia parte do seu cardápio quase diário era o uísque Red Label. Os dois se conheceram numa situação inusitada. Numa viagem a Índia em 1896, a escassez de outros tipos de bebida o levaram a experimentar o uísque. Que ele passou a tomar sempre misturado com soda.
Apreciador de uma mesa farta, Winston não dispensava uma dose de conhaque e um charuto após uma bela refeição. O seu preferido era o francês Hine.
A única bebida que o primeiro-ministro evitava eram os famosos coquetéis. Quando ofereciam, aceitava por educação, mas dificilmente terminava o drinque. Sempre achou “estranha” a mania que os americanos tinham de misturar várias bebidas.
Dos quatro líderes mais biografados do século XX, Winston Churchill perde apenas para Hitler.
Sua personalidade forte e uma língua ferina legaram ao mundo algumas frases exemplares.
Vamos compartilhar.
Quando Churchill fez 80 anos um repórter de menos de 30 foi fotografá-lo e disse: – Sir Winston, espero fotografá-lo novamente nos seus 90 anos.
Resposta de Churchill:
– Por que não? Você me parece bastante saudável.
Montgomery: “Eu não bebo, não fumo, e estou 100% saudável.”
Churchill: “Eu bebo, fumo, e estou 200% saudável.”
“Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.”.
“O vício inerente ao capitalismo é a distribuição desigual de benesses; o do socialismo é a distribuição por igual das misérias.”
Certa vez, Churchill recebeu para o lanche o rei Ibn Sa’ud da Arábia Saudita, este não permitia que fumassem ou bebessem em sua presença. Ao invés de se submeter à vontade do rei, Churchill afirmou: “A regra da minha vida determina um ritual sagrado e absoluto que inclui fumar charutos e também beber álcool antes, após e, se necessário, durante todas as refeições e também nos intervalos entre elas.” O rei se convenceu.
A tradução da frase que abre este post:
“A água não foi feita para beber. Para que fique palatável, precisamos adicionar uísque. Graças a muito esforço aprendi a gostar.”