Dias ensolarados e noites frias: em um mesmo período de 12 horas, os moradores do sul, sudeste e centro-oeste brasileiro enfrentam as quatro estações do ano. Dentro da indecisa mochila – o verdadeiro kit do sobrevivente urbano – convivem shorts, guarda-chuva, meia de lã, casacos e camiseta, todos à espera da sua hora (ou de repente todos juntos na mesma hora), jogados à sorte como búzios dentro de um tabuleiro. Nesta corrida pela sobrevivência, quem vai ficando para trás, pobrezinha, é a sua saúde.
Mas nem tudo é desalento neste bucólico (e frio) entardecer outonal. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Carnegie Mellon (EUA) e da Universidade de Cardiff (País de Gales) revelou que o consumo moderado de álcool, incluindo a cerveja, pode combater o resfriado em seus estágios iniciais. A pesquisa utilizou-se de 391 voluntários expostos a cinco tipos de vírus comuns da gripe. As análises empregaram variáveis como peso corporal, ambiente de convivência, tabagismo, fatores psicológicos e imunológicos, além – é claro – do tipo de vírus ao qual foi submetido o voluntário. Ficou demonstrado que entre os não-abstemios e não-fumantes, aqueles que bebiam moderadamente e não fumavam, as chances de se desenvolver uma doença seguida de infecção é menor do que aqueles que não bebem. No caso da cerveja, acredita-se que os antioxidantes presentes no lúpulo sejam responsáveis por essa “ajudinha imunológica”.
Agora, engana-se aquele que aos primeiros sintomas da gripe encha a cara para combater o mal-estar. Um dos fatores de risco da doença é a desidratação, por isso é importante evitar o consumo excessivo de álcool, assim como hidratar-se bastante com água durante os períodos mais secos do ano. Lembre-se: uma cervejinha o ajudará a ficar mais forte contra os resfriados, mas não o salvará de um.
Com informações de National Center for Biotechnology Information (Centro Nacional de Informação em Biotecnologia) dos Estados Unidos.