Em posts anteriores, falamos das cervejas da grande família Ale e da grande família Lager.
Faltou – e agora vou completar o quadro – falar das Lambic.
Segundo estudiosos, a cerveja Lambic é a mãe de todas as cervejas.
É uma família de cervejas que nasceu na região de Pajottenland, Bélgica, assim como em Bruxelas tendo como pai a cervejaria e museu Brasserie Cantillon.
Histórico: a cerveja Lambic é proveniente de uma antiga tradição com séculos de existência. Pesquisadores creditam o ano de 1568 como data fundamental e de nascimento. Motivo: o pintor Pieter Bruegel (O Velho), faz um quadro onde jarros de Lambic são vistos.
As Lambic são preparadas com um malte de pelo menos um terço de trigo cru, e o restante de cevada. A parte crucial da receita são as leveduras selvagens, que estão no ambiente de fermentação.
Diferente das Ales e Lagers, a fermentação espontânea das Lambic é resultado de leveduras não controladas.
Isso é possível através da exposição do mosto ao ambiente, com paredes úmidas e janelas abertas que permitem a entrada de vento, que traz as leveduras necessárias.
O lúpulo também é importante. Principalmente pelas propriedades antissépticas e conservantes do que pelo sabor, pois as cervejas já são ácidas o suficiente e não precisam de mais amargor.
Um segredinho das Lambic: os cervejeiros usam lúpulos envelhecidos, rejeitados por outras cervejarias, por já terem perdidos suas ricas propriedades degustativas.
Antigamente, as Lambic eram feitas em tonéis de madeira oriundos de importações de vinhos, vinhos do porto e xerez. Os vestígios deixados pelas bebidas no barril proporcionavam características peculiares à cerveja. Atualmente, esse método ainda é utilizado, o que torna a Lambic uma cerveja com muitas histórias.
Como consequência de sua produção ser feita de forma muito natural e sofrer pouco ou nenhum processo industrial, como a pasteurização, a vida útil da cerveja é curta. Por esse motivo, elas são consumidas novas, geralmente em até 6 meses após a fabricação.
Além da Lambic tradicional, existem alguns estilos famosos:
Gueuze – uma mistura de Lambics de diferentes idades cria uma efervescência como a de um espumante. É o estilo mais conhecido.
Faro – feita pela adição de açúcar e caramelo na cerveja para equilibrar a acidez. É a mais rara nos dias de hoje.
Kriek – cerejas (krieken) ácidas são inseridas na receita. Elas passam por um processo de dissolução que dura por volta de 6 meses.
Framboise – uma porção de framboesa é inserida na produção, resultando em um sabor mais domesticado, como as Lambic Kriek.
Uma dica importante: a cerveja Lambic, cuja gradação alcoólica varia de 5% a 6,5%, é uma cerveja com aromas e sabores complexos, com características pouco agradáveis para um paladar iniciante.
Para os apreciadores mais tradicionais da cerveja Lambic, seu nome, origem e produção estão associados à Bélgica. Atualmente, a Lambic é produzida em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lambic
http://acervodacerva.com.br/blog/lambic-o-mais-antigo-tipo-de-cerveja/
http://pt.wikihow.com/Tomar-Cerveja-‘Lambic‘
http://obemviver.blog.br/2014/12/02/a-historia-da-cerveja-materia-excelente-um-brinde/