Quem viaja pelo universo cerveja já percebeu que ele é grande, com milhares de histórias e variações.
Mas não é impossível conhecê-lo sempre e sempre melhor.
Você que lê as matérias da Líquido e Certo TV já deve ter visto o termo “Lei de Pureza da Cerveja” ou no seu original: Reinheitsgebot.
Ela nasceu da vontade do Duque da Baviera (região alemã onde está a cidade de Munique), Guilherme IV, exatamente no dia 23 de abril de 1516.
A Lei da Pureza da Cerveja foi mais uma tentativa de estabelecer quais os componentes para a confecção de uma boa loira gelada.
Determinava que a cerveja local só poderia, dali em diante, ser produzida utilizando-se apenas água pura, malte e lúpulo. A levedura de cerveja foi incluída nesta lei algum tempo mais tarde, visto que ainda não era conhecida.
O duque Guilherme tinha seus motivos. Provavelmente depois de uma bela ressaca descobriu que alguns “cervejeiros” alemães usavam até fuligem e cal em suas fórmulas.
O grande salto para a produção de uma cerveja de melhor qualidade só acontece no século 19, mais precisamente em 1864 – conforme artigo do mestre Francisco Cremonese, com título “Cerveja Pasteurizada”, aqui publicado e cujo link é http://liquidoecerto.com.br/2015/07/cerveja-pasteurizada/.
Na ocasião, as leveduras foram reconhecidas como grandes protagonistas deste processo, somando a fermentação. Ato que possibilitou classificar as brejas em loiras de alta ou baixa fermentação.
Atualmente, muitas cervejarias ainda seguem à risca a Reinheitsgebot, principalmente algumas cervejas produzidas na Alemanha, na Bélgica e até no Brasil.
Importante observar que a Reinheitsgebot era uma determinação vigente na Bavária e não em toda a Alemanha. Outra cidades, principalmente as que ficavam na região norte, produziam estilos que não se enquadravam nas restrições, como as gose de Lipzig, que tinham adição de sal e coentro e as berliner weisse que usavam trigo em sua composição.
Alguns historiadores, críticos da determinação da Reinheitsgebot, afirmam que um dos motivos básicos para a sua existência era grana.
E explicam. Quem detinha na época na Alemanha a quase totalidade das plantações de cevada era a realeza. Ou seja, os nobres se tornaram praticamente os únicos fornecedores de cereais destinados à produção da cerveja.
Entre um gole e outro, fica registrada a polêmica.
Outros estudiosos explicam que apenas seguir a Lei da Pureza não é certeza de uma boa cerveja, pois podem ser utilizados ingredientes de baixa qualidade ou existir falhas no processo de fabricação.
E garantem: é a mão do cervejeiro é que irá determinar a qualidade e o sucesso da sua cerveja final.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reinheitsgebot
http://www.brejas.com.br/reinheitsgebot.shtml
http://www.comofazercerveja.com.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=10