Poucas notícias no mundo nos trazem tanta alegria quanto uma chamada como esta. Algo comparativo à paz mundial ou a descoberta da cura do câncer, “o fim da ressaca” é um verdadeiro mito, cercado de previsões no reino da ficção-científica. Não, não estou falando de uma pílula pós-bebedeira e não – infelizmente – este não é o fim da ressaca como a conhecemos hoje (antes que alguém aqui me acuse de oportunista de plantão). “O fim da ressaca” no qual me refiro trata-se de uma descoberta australiana que evita o efeito da desidratação no corpo, causada pelo consumo excessivo de álcool na noite anterior.
O roteiro você já conhece de cor: cabeça pesada, estômago fraco, desorientação espacial e temporal… de acordo com os pesquisadores do Instituto de Saúde da Universidade de Griffith, Austrália, três em cada quatro consumidores de álcool já experimentaram esta sensação e 15% deles admitem sentir esses sintomas pelo menos uma vez ao mês. A grosso modo, isso acontece porque o nosso corpo está sofrendo com a falta de água e minerais essenciais (chamados eletrólitos) para o regulamento das funções normais em nosso cérebro, uma vez que tanto a água quanto esses nutrientes foram todos embora no xixi da noite anterior (você se lembra quantas vezes teve que ir ao banheiro na noite passada?).
A boa notícia: os australianos disseram ter inventado uma composição que, adicionada a uma cerveja comum, auxilia a reabsorção desses minerais perdidos – os tais eletrólitos. Trata-se de uma cerveja ligeiramente mais leve, com 2,8% de álcool versus 4,5% numa cerveja comum, mas como afirmam os próprios cientistas, tais ingredientes extras não alteram o sabor final da bebida.
O estudo contemplou o universo típico de trabalhadores braçais australianos que após um longo dia de trabalho físico vão ao bar tomar uma geladinha para descansar. Para esta pesquisa os participantes realizaram extenso exercício físico antes de ingerirem as cervejas, a fim de demonstrar o quanto de minerais se perdeu e foi recuperado ao longo do experimento. Dos quatro tipos de cerveja oferecidos, aquela alterada pelos cientistas foi a que mais conseguiu reidratar os participantes, repondo os minerais perdidos pós-exercício. Outro fator muito importante para a conclusão deste estudo, segundo o professor Bem Desbrow, responsável pela pesquisa, foi o fator de aceitação desta cerveja modificada no meio social em que vivemos. Segundo ele, isto é muito relevante pois: “ao se viver no mundo real, você pode ou passar o seu tempo dizendo às pessoas o que elas não devem fazer, ou arranjar maneiras de reduzir o perigo de algumas dessas atividades socializantes”.
A má notícia: esta cerveja por enquanto não está sendo comercializada por aí. Resta-nos, portanto, realmente beber moderadamente, com precaução e tentar ao máximo repor a perda de eletrólitos ao longo da longa noite. Ainda que estejamos longe da paz mundial e da pílula futurística antirressaca, já temos todos os meios para se evitar a ressaca em nosso alcance. Basta querermos.
Com informações de: PubliMed.gov (EUA), Time Online (EUA), Universidade de Griffith (Austrália)