O nosso homenageado deste post, Paul Gauguin, teve sua experiência e criatividade dividida entre a pintura, escultura, cerâmica e gravura.
As suas obras mais importantes ele produz em Pont-Aven, na Bretanha, reduto de artistas.
Ao lado de outros criadores adeptos da boemia, como Toulouse-Lautrec, Monet e Klimt, Paul Gauguin virou fã e recebeu muita inspiração da companheira dos bordéis por eles frequentados: a fada verde, o absinto.
Tendo como parceiros Vincent Van Gogh, Georges Seurat, Paul Cézanne e Paul Signat, Gauguin foi um dos principais expoentes do movimento denominado pós-impressionismo. Anos depois, flertou com a arte primitivista.
Rápido DNA do pós-impressionismo: ultrapassou as tendências artísticas do impressionismo; as pinturas tendiam sempre para cores viva e tinham como meta “liberdade às cores”; buscavam temas na vida real; mesclavam com uma visão subjetiva da vida; alguns pintores como Paul Signac e Georges Seurat utilizaram em seus trabalhos a técnica do pontilhismo.
O pós-impressionismo, também conhecido como neo-impressionismo, conjugou o impressionismo com outros estilos. Desenvolveu-se na Europa, entre o final do século XIX e começo do XX.
Eugène-Henri-Paul Gauguin nasceu em 7 de junho de 1848, em Paris, França. Filho de um jornalista francês e uma escritora peruana, Gauguin viveu seus primeiros sete anos de vida em Lima, no Peru, onde registrou com extrema sensibilidade características que povoariam suas futuras obras.
Na volta para Paris, aos 17 anos entrou para a Marinha Mercante, viajando por vários países, servindo até 1871.
Dois anos depois, começa a praticar uma de suas artes prediletas: namorar. Casou-se com Mette Sophie Gad, com quem teve cinco filhos. E não parou por aí. Anos mais tarde se envolveu com modelos nativas do Taiti, tendo mais dois filhos.
Sua carreira dá um belo salto numa exposição impressionista, em 1874. Seus quadros começam a ser aceitos. Pissarro teve um interesse especial em suas obras e o apresentou a Cézanne.
Mas nem a tietagem dos amigos e exposições significavam dinheiro e uma vida fácil. Gauguin aprendeu a viver numa gangorra, onde a falta de recursos era companhia constante.
Num lance de sorte, Gauguin consegue somar três mil francos em meados de 1891. Regressou ao Taiti onde pintou uma centena de quadros, explorando o cenário primitivo e luminoso da região.
Outro momento marcante em sua vida, que misturava sucesso e tragédia, foi quando Gauguin aceitou morar com Van Gogh, o genial artista holandês, que para muitos sofria de bipolaridade.
Ele e Gauguin pintavam juntos, inclusive usando um mesmo mote, um mesmo tema, bebiam, discutiam ideias e iam aos bordéis.
E foi por causa de uma prostituta, amante de Van Gogh, que a amizade terminou de forma trágica. Ao que tudo indica, Gauguin traiu o amigo com a dama da noite. Fato que levou o holandês e cometer o famoso gesto de decepar parte de sua orelha.
Como muitos artistas desta época, Gauguin não conseguiu vender nenhuma obra por valor expressivo. Vivia numa corda bamba e alguns amigos chegaram a relatar alguns destemperos: era frequente Gauguin desfilar nas ruas à noite, abraçado a meninas ruidosas – mais de uma e geralmente tão bêbadas como ele. Fazia arruaças em logradouros públicos, se envolvendo em brigas e escândalos. E marcando sempre o hábito de “pendurar” dívidas de bebidas em todas as suas paradas.
Tal qual aconteceu com Van Gogh e Amedeu Modigliani, Gauguin somente em 2015 teve uma das suas obras vendidas por uma fortuna, 300 milhões de dólares – o quadro mais caro da história. A pintura de nome “Nafae Faa Ipoipo” (Quando te Casarás?) foi pintada em 1892 e retrata duas adolescentes taitianas. Esta venda superou em 50 milhões de dólares o quadro “Os Jogadores de Cartas”, de Cézanne.