Há cerca de 2.500 anos, os soldados de Atenas, na Grécia, rumavam às planícies no interior do país em direção à Marathónas para combater o império persa invasor (atual Irã). A batalha, tensa por natureza, carregava um fardo ainda mais pesado: caso o inimigo vencesse, declararam os próprios persas, torturariam e matariam as mulheres e crianças dos atenienses. Como medida drástica, todos os guerreiros gregos ordenaram às esposas, caso não regressassem da batalha em menos de 24 horas, que sacrificassem seus filhos e logo em seguida se suicidassem.
O destino brilhou para os gregos e eles venceram a luta contra os persas – com um grande senão: a batalha durara mais do que o esperado, de modo que era preciso avisar às mulheres dessa conquista e evitar que elas se matassem. Foi neste momento que o general Milcíades enviou o seu melhor corredor, Fidípedes, rumo à cidade de Atenas – a 40 km de distância – para enviar a notícia. E ele correu. Atravessando as planícies de Marathónas sem descanso, Fidípedes conseguiu chegar a tempo e – exausto – pronunciou apenas uma palavra antes de morrer, dominado pelo cansaço: “vencemos!”.
Felizmente hoje em dia, a maratona é um esporte tradicional que não envolve o destino de vida-e-morte de milhares de mulheres e crianças. Trata-se de uma corrida de 42,195 km cujo objetivo é a superação do próprio atleta. Por isso, não faça como Fidípedes: treine bem para este desafio, tanto antes quanto depois.
Segundo matéria publicada no prestigiado jornal norte-americano The New York Times, pesquisas recentes indicam que beber cerveja sem álcool é excelente para a recuperação de corredores profissionais pós-exercício.
O estudo publicado no Official Journal of the American College Sports (OFACS) contou com a participação de 277 homens saudáveis, com idade média na casa dos 40 anos, durante um período de cinco semanas (pré, durante e pós-evento maratona) para estudar os efeitos dessa bebida sobre um corpo em constante atividade. Em nome da ciência, metade desses homens bebeu entre um litro e um litro e meio de cerveja todos os dias pós-treinamento, enquanto a outra metade bebeu um placebo, similar a cerveja sem álcool, sem saber que era placebo.
Os resultados são impressionantes. Nas palavras do jornal americano: “os homens que beberam a cerveja não alcoólica relataram muito menos enfermidades do que aqueles que consumiram o placebo. ‘A incidência de infecções no trato respiratório superior foi 3,5 vezes menor’ nos bebedores de cerveja, relatam os cientistas à publicação Medicine & Science in Sports & Exercise. Igualmente relevante, as menores evidências de inflamações, conforme reportado pelos marcadores sanguíneos e menor contagem de glóbulos brancos em relação àqueles que consumiram o placebo, são indícios gerais de um sistema imunológico mais saudável”.
Vença esta batalha contra o preconceito com a cerveja sem álcool: não corra dela, corra com ela.
Com informações de The New York Times, Official Journal of the American College Sports Medecine e Wikipedia