Tem certas coisas do nosso cotidiano que assumimos como tarefas naturais. Fazem parte do movimento “normal” das coisas do dia a dia, tais como: escolher a própria roupa, dirigir um automóvel, andar por aí sozinho ou na companhia de amigos, tomar uma cervejinha gelada na beira da praia… são tão “naturais” que nem nos damos conta que estão dentro de uma esfera muito maior do que a nossa própria vontade ou querer, mas regulamentadas sob leis e fundamentadas por uma constituição (no nosso caso, a constituição federal da República Federativa do Brasil). Imagine você se qualquer uma das atividades supracitadas fosse proibida do dia para a noite? Em relação ao álcool: até onde você iria para tomar uma cervejinha gelada?
Hoje em dia, há uma dezena de países onde a produção, venda e consumo de álcool são proibidos. Afeganistão, Bangladesh, Brunei, Líbia, Arábia Saudita, Iêmen… na grande maioria deles, trata-se de países cuja religião islâmica também rege a esfera política e individual. (Ao contrário da maioria dos brasileiros que sai correndo para o happy hour na sexta-feira pós-expediente), o iraniano – por exemplo – corre o risco de receber 80 chicotadas, caso seja pego bebendo ou esteja sob suspeita de ter bebido. É chocante, mas até aí – você diria – trata-se de uma terra muito distante, cujo imaginário popular se limita a camelos, desertos e mulheres mascaradas. No entanto, o mundo ocidental é igualmente cheio de restrições em relação ao álcool e já passou por histórias (quase) semelhantes durante boa parte do século XX e até mesmo hoje em dia, em pleno século XXI.
Você ficaria chocado(a) ao saber que atualmente existem inúmeras cidades nos Estados Unidos onde tomar um mé é proibido. O estado de Mississipi, por exemplo, é por lei um “estado-seco”, onde a jurisdição local deve abrir um processo para permitir a venda e o consumo de álcool. Em outros lugares considerados mais progressistas, como o estado da Flórida, são cerca de quatro cidades com a mesma proibição.
Pensou em visitar a Argentina e o Chile nas próximas férias? Fique atento(a) e não dê uma de turista desavisado(a). Beber em público por lá é ilegal, podendo arcar com uma multa pesada. Em Belfast – capital da Irlanda do Norte – por exemplo, quem for pego bebendo onde não deve poderá pagar até 500 libras esterlinas pela infração, ou seja, R$2.700 pelo “abuso” (na cotação atual). E você tomando a sua cervejinha gelada na praia sem se preocupar com nada disso… já pensou se fosse o contrário?
Vale ressaltar que a livre política do consumo público traz também uma enorme responsabilidade ao consumidor. Se temos este direito, temos que ter também o dever de respeitar quem está a nossa volta. Direção sóbria, consumo consciente, lixo no lixo. São pequenos atos que lhe garantem aproveitar o programa, sem o risco de receber 80 chibatadas ao longo do caminho.
Com informações de: Portal Terra, R7, Mundo Educação, Superinteressante, Wikipedia