Em post recente, citamos várias vezes as cervejas Stout que tem muito a ver com as então focalizadas Porter.
São praticamente estilos de cervejas irmãs. As Porters tendem na cor para as nossas deslumbrantes “morenas, cor de chocolate”. As Stouts aquecem mais o horizonte e tem predominantemente a cor negra (pelo meu dicionário etilicamente pouco comportado”), ou como são conhecidas popularmente: cervejas pretas.
O estilo Stout nasceu na Irlanda, apadrinhada por apreciadores marinheiros e portuários que preferiam uma cerva menos doce do que as Porter, buscava um aroma de café, que utilizasse malte bastante torrado. Queriam um produto mais encorpado, amargor mais forte e cremoso, para suportar o duro “batente” do dia a dia.
Como é frequente nos dias atuais, surgiram vários sub-estilo das Stouts.
A Russian Imperial Stout nasce no século XVIII. Era muito apreciada pela corte russa para a qual era destinada grande parte de sua produção. São cervejas com o maior teor alcoólico entre suas irmãs, corpo licoroso e gosto e adição dos tradicionais café e chocolate, com aromas de vinho do porto e ameixas. Um sub-estilo ainda muito apreciado e produzido em várias partes do mundo.
Dry stout ou Irish stout tem um sabor torrado semelhante ao café. Enquanto a maior parte depende primariamente de cevada torrada, outras usam malte chocolate, malte black ou a combinação das três.
Este sub-estilo, é importante avisar, não deve ser consumido por homens e mulheres que tem restrições à lactose. A Swet Stout ou Milk Stout é uma breja mais leve, menos amarga, com suave aroma frutado. Pode ter adição de lactose. É bastante cremosa e com pouca carbonatação.
As Oatmeal Stouts tem adição de aveia, que lhe confere médio corpo e cremosidade, bem como médio amargor.
A adição de lúpulos americanos dá mais amargor às American Stouts. Esses lúpulos, cítricos ou frutados são percebidos nos primeiros goles, junto com o sabor do malte torrado. Sua graduação alcoólica geralmente é alta entre outras Stouts.
Como estamos aqui para conversar e apreciar – com moderação, sempre – está mais do que na hora de vocês conheceram algumas brejas do estilo Stout que podem encontrar no “meio do caminho” e que, sugerimos, devem apreciar.
Um brinde à Anderson Valley Barney Flats Oatmeal Stout. Seu nome é uma homenagem ao Parque Estadual Hendy Woods, uma floresta densa, com as copas das árvores tão unidas que parece ser sempre noite. A Anderson breja é encorpada e bem escura. Tem uma forte pegada com gosto de café e um corpo aveludado devido ao uso de aveia e uma suave presença de lúpulo. Produzida pela Anderson Valley nos EUA, seu teor alcoólico é de 5,7%.
Mais uma nova cerveja, garçom. Esta é uma Young´s London Stout, com embalagem de 500 ml. Fabricada na Inglaterra, tem graduação alcóolica de 4,3% e amargor moderados. Sua cor no copo tende para o rubi escuro, com boa espuma. Ao primeiro gole, um quê de adocicado, chocolate, ameixa e baunilha. Harmoniza bem com salame, presunto cru, camarão, caranguejo, lagosta, carne de panela, nossa deliciosa e preferência quase nacional – a feijoada, kafta e sobremesas a base de chocolate.
Vem da Nova Zelândia, a nossa Moa Imperial Stout, de 375 ml, legítima representante do sub-estilo Russian Imperial Stout. Tanto o amargor quanto o teor alcoólico – de 10,2% – são altos. Com cor marrom bem escura, tem boa espuma e deixa transparecer ao nosso olfato o gosto suave de vinho, madeira, chocolate e baunilha. Harmoniza bem com suflê de couve, queijos como o gorgonzola e o Rochefort e sobremesas à base de chocolate.
José Edward Janczukowicz
Fontes:
http://www.thebeerplanet.com.br/1852_cerveja-young-s-london-stout-500ml/p
http://www.mestre-cervejeiro.com/estilo-stout-variacoes/
http://www.thebeerplanet.com.br/cerveja-nova-zelandia-stout-moa-imperial-stout-375ml/p
http://www.destemperados.com.br/bebidas/stout-uma-escura-nem-tao-gelada
http://www.clubedomalte.com.br/produto/anderson-valley-barney-flats-oatmeal-stout-64016