A história vive de evoluções que suplantam possíveis retrocessos em sua caminhada.
O Universo-Cerveja, até o momento, felizmente, coleciona evoluções. A cada minuto, em algum recanto modesto ou grande cervejaria, jovens e veteranos mestres cervejeiros criam esta maravilhosa bebida para nós. Missão: como bons juízes, devemos experimentar e dar o nosso veredito.
O estilo homenageado deste post é o Roggenbier (numa tradução livre, cerveja de centeio) frequentava as boas conversas, comemorações e produzindo novas amizades desde a idade média.
Todo o pesquisador de história da cerva sabe que na antiguidade ela era produzida dos mais diferentes grãos, sempre dando preferência ao grão mais encontrado e cultivado na região.
Motivo pelo qual no norte da Europa e na Alemanha o centeio era bastante apreciado quando o assunto era fermentar cervejas.
O estilo Roggenbier é produto de uma receita bem antiga, produzida em Rosensburg, na Baviera, região sul da Alemanha. Em algumas receitas, a presença de centeio pode chegar a 65%. São casos raros. A aparência turva se explica visto que este estilo não passar por nenhuma filtragem (que historicamente foi incluída e praticada a partir de sua invenção em 1878) . Possui boa carbonatação e seu sabor lembra pão de centeio. Sua cor predominante lembra as brejas morenas.
Um consenso. As cervejas deste estilo harmonizam bem com uma fatia suculento de porco assado e um sempre bem-vindo churrasco, popular em muitas lajes e festas por todo o Brasil.
No século XVI, a produção de cervejas de centeio entrou em declínio.
A explicação. Especialmente nos anos em que a colheita de trigo era pequena, os governantes decidiram que este grão deveria ser reservado para produção do “pão sólido”. Em 1516, a Lei da Pureza Alemã (chamada Reinheitsgebot), ditou que somente a cevada seria utilizada na fermentação de cervejas. As brejas de centeio perderam sua força e praticamente desapareceram do mercado.
Passados 500 anos, em 1988, cervejeiros bávaros recomeçaram a produção de brejas de centeio.
Ao mesmo tempo, micro cervejarias americanas começaram a produzir grandes variações de cervejas de centeio. Seguindo o padrão EUA, ao saboreá-las você pode sentir um caráter azedo, típico do centeio, bem como a suave presença de lúpulo. Geralmente acondicionada em garrafas e teor alcoólico entre 4% a 6%. O mesmo acontecendo com produtores de brejas do mundo todo. Onde cores predominantes variam de escuras a um vermelho translúcido.
Algumas marcas do estilo Roggenbier que você pode conhecer, saborear e emitir a sua opinião.
Thurn Und Taxis Regensburg Gmbh Fürstliche Brauerei , com volume alcoólico de 5,3%; Bürgerbräu Wolnzacher Roggenbier, alemã, com 5,5%; Schremser Roggenbier, com teor alcoólico de 5,2%, é a redescoberta de uma especialidade de cerveja, que era tradicional até o século 15, quando foi então banida. De alta fermentação, Schremser Roggen se destaca devido ao seu intenso sabor encorpado. Ligeiramente frutado para iniciar; Norns Roggenbier, produzida pela cervejaria Fate Brewing Company, do Colorado, Estados Unidos, tem 5% de teor alcoólico. Sua cor lembra mogno brilhante. Forte presença de centeio, um sabor de frutado picante e o último gole que lembra um amargor ligeiramente seco.
José Edward Janczukowicz
Fontes:
http://www.germanbeerinstitute.com/Roggenbier.html
http://maltadonaofiltrado.blogspot.com.br/2013/06/roggenbier.html
https://www.beeradvocate.com/beer/profile/31920/100126/
http://www.schremser.at/web/our-beer/bio-roggen.html?lang=en